Aline Prado, Marketing Insights Lead for Travel do Google, fala sobre o panorama atual da indústria de viagens no Brasil e revela as melhores oportunidades para as marcas dialogarem com um público que está cada vez mais exigente nesse segmento.
A internet é a maior conselheira do brasileiro e a coisa mais natural do mundo para nós, hoje em dia, é “dar um Google” toda vez que precisamos de ajuda. O melhor é que podemos fazer isso de qualquer lugar, afinal, os celulares estão sempre ao alcance das nossas mãos.
Estamos vivendo a Era da Assistência. Os smartphones se tornaram verdadeiros assistentes pessoais e, com isso, as expectativas dos consumidores em relação ao que as marcas oferecem ficam cada vez mais altas. Nesse novo cenário de acesso, praticamente irrestrito à informação, se destaca quem consegue ajudar as pessoas a tomarem as melhores decisões de consumo. Isso é especialmente verdade quando analisamos o setor de turismo – a internet é o meio onde o usuário explora, descobre, aprende, compara e compra suas viagens.
No Brasil, contamos com 35% da população como viajante e 13%1 como viajante aéreo. Esses são números que não sofreram alterações significativas nos últimos três anos, ou seja, temos as mesmas pessoas viajando, o que as torna um público cada vez mais exigente no processo de compra da categoria de viagem, buscando auxílio com dúvidas, reclamações e problemas. A prova disso é que, apesar das buscas por compra ainda serem a maior demanda da categoria de passagens aéreas, as buscas por atendimento dentro dessa categoria crescem três vezes mais.
Se pensarmos em “etapas” para o processo de compra de uma viagem, podemos dizer que ele acontece em três momentos fundamentais: o planejamento, a compra e o pós-compra. Em todos eles, existem oportunidades para as marcas de turismo se conectarem com seus consumidores, porém, aí é que está o gap: quase todas se concentram apenas nas etapas da compra e do pós-compra, procurando deixá-las o mais simples e rápido possível. De fato, nunca foi tão fácil comprar passagem aérea ou fazer reserva em um hotel.
Fonte: Euromonitor Brasil 2017Mas é justamente na relação entre demanda e oferta da primeira etapa, o planejamento, que se esconde o gap. Hoje ele é ocupado quase que exclusivamente por produtores de conteúdo independentes.
Fonte: Dados Internos do Google. 2015 a 2017Onde estão as marcas na hora em que o viajante mais precisa delas, enquanto ainda está decidindo para onde ir? Existe uma grande oportunidade para os playersdo setor auxiliarem seu público em todas as etapas do funil de conversão, que não seja só vendendo ou resolvendo problemas de pós-compra. É possível se conectar com viajantes (e futuros viajantes) de uma forma muito mais mais profunda durante o planejamento da viagem, construindo valor de marca e fortalecendo a influência e a expertise no assunto.
Há a opção de estar presente ao longo de toda a jornada do processo de compra – inserindo-se nas conversas e nos conteúdos já existentes – e a opção de produzir de fato conteúdo focado na etapa de planejamento. Se você optar por produzir conteúdo sobre viagem, as oportunidades são inúmeras.
O brasileiro está aprendendo a viajar e tem as mais variadas dúvidas na hora de decidir sobre onde ir, onde ficar, como se locomover e o que fazer. Dos assuntos mais básicos aos mais específicos, o principal destino das pessoas na hora de obter respostas para todas as perguntas relacionadas a viagens é o YouTube.
Pensando nisso, aqui vão algumas dicas que podem ajudar nas estratégias de conteúdo em vídeo focadas em quem quer viajar:
Na era das redes sociais, as viagens se tornaram verdadeiros artigos de desejo e estão diretamente ligadas a o que as pessoas querem falar sobre si mesmas. Um destino exótico pode representar sofisticação para algumas pessoas, ou espírito aventureiro para outras. Tudo depende do ângulo que elas conseguirão dar ao seu conteúdo. Facilite esse trabalho e use a emoção para se conectar com a sua audiência. Na dúvida, faça a pergunta: “o que o meu vídeo vai dizer sobre as pessoas que estão compartilhando-o”?
Crie o hábito de se manter atualizado com os termos de pesquisa mais populares, não só na busca do Google, mas também na busca do YouTube, que já é a segunda mais usada no mundo todo. Faça seu conteúdo em vídeo ser detectável. Quais palavras o perfil de audiência que você busca mais usa para descrever um vídeo ao compartilhá-lo? Uma dica é usar o Google Trends para descobrir que tipo de conteúdo está sendo buscado sobre viagens e gerar temas a partir desse interesse.
As pessoas estão frequentemente assistindo a vídeos de destinos que gostariam de conhecer, tanto vídeos amadores, como os feitos por Creators, que acabam se tornando uma referência daquele destino específico. Aproveite a popularidade já estabelecida de um Creator para alavancar seu conteúdo. Lembre-se que numa estratégia de cocriação, a naturalidade faz toda a diferença. Por exemplo, se você quer produzir um vídeo sobre “como fazer um passeio de balão pela Capadócia” e o Creator já tiver interesse prévio pela experiência, é mais fácil chegar em resultados autênticos e envolventes, que não fiquem parecendo apenas um patrocínio de marca.
Por que é importante ser consistente ao produzir conteúdo sobre viagens no YouTube? Pois isso motiva o público a retornar várias vezes ao seu canal. Lá, ele sabe que vai encontrar o que gosta, o que soa familiar. A consistência ajuda a criar expectativa no seu público pelo próximo conteúdo a ser publicado, fazendo com que ele retorne ao seu canal várias vezes. A consistência é importante:
Crie um programa recorrente com episódios, que possa ser repetido várias vezes. Ex.: Uma websérie sobre destinos desconhecidos na Ásia ou dicas semanais de economia para viajar nas férias.
Garanta um cronograma consistente de atualização das playlists do seu canal. Ex.: Datas chaves para viagens, como feriados, merecem vídeos postados com antecedência para que o conteúdo chegue na hora certa do processo de decisão ou preparação do público.
Desenvolva elementos que estarão presentes em todos os seus vídeos e se tornarão icônicos do canal da sua marca. Ex.: Vinhetas de introdução e fechamento ou cortes bem humorados durante a fala do apresentador.
Certifique-se de que seus vídeos tenham um ponto de vista claro, que reflita a proposta da sua marca, mesmo que eles variem no tema. Ex.: Usar a mesma linguagem, procurando usar expressões próprias durante as locuções ou nos textos dos seus vídeos.
Para marcas que estão começando a desbravar seu território no YouTube, uma dica é conhecer a plataforma Escola de Criadores de Conteúdo, que oferece cursos online gratuitos que vão desde princípios básicos de criação de um canal até inspirações para produção de conteúdos altamente qualificados.
Embarque na Era da Assistência.
Fonte: Think with Google
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