Quem trabalha com varejo está acostumado a se preparar para grandes datas e temporadas quentes de compra. E há uma janela vaga no primeiro trimestre. Qual? Criado em 2014 pelo varejo online no Brasil – e adotado inicialmente pelos e-commerces –, o Dia do Consumidor já faz parte do calendário de anunciantes e varejistas, mas ainda surge como lembrança vaga na memória dos compradores, justamente o público homenageado.
Entre as principais dúvidas dos consumidores estão questões como: quando exatamente é o Dia do Consumidor? As ofertas são realmente únicas e vantajosas como as da Black Friday?
Para ter sucesso na data e conquistar uma boa reputação, é preciso ir além de promoções. Pensando nisso, reunimos neste artigo dados inéditos de um estudo que mostra o que o seu consumidor espera em uma data dedicada a ele.
Para começar, um pouco de contexto: a data foi comemorada pela primeira vez nos Estados Unidos em 1983, no dia 15 de março, e se tornou uma data mundial. O nome mais conhecido, porém, não conta a história toda. O Dia Internacional do Direito do Consumidor foi parte central de um discurso do então presidente norte-americano John F. Kennedy, em 1962, quando ele falou pela primeira vez – e com grande repercussão – sobre os direitos do consumidor.
E é justamente o valor histórico que pode colocar marcas e anunciantes em uma posição de vantagem: além de descontos, os consumidores priorizam a comunicação clara e honesta por parte das empresas, entrega no prazo e troca facilitada de produtos defeituosos.
Por isso, em vez de pensar exclusivamente em uma nova campanha de ofertas, encare o momento como uma oportunidade para construir – ou fortalecer – a reputação da sua marca. Entender que os consumidores afirmam ser pouco tolerantes caso sintam que algum direito esteja sendo desrespeitado em uma data dedicada a eles é um bom começo.
Pensar além dos descontos e ancorar sua mensagem principal na demonstração de respeito aos direitos do consumidor também pode dar uma “cara”, criar uma identidade própria para a data. Apostar somente nas vantagens comerciais pode reforçar um dos pontos críticos mais lembrados pelos entrevistados: a descrença na veracidade das promoções. É preciso driblar o impulso de oferecer apenas uma sequência de produtos a preços baixos. Portanto, em vez de se perguntar somente: “Quais ofertas especiais posso lançar neste período?”, tente partir da seguinte lógica: “O que minha marca vai fazer para o consumidor no dia dele?”.
Sim, a data continua sendo promocional e a expectativa por descontos é alta. Mas o estudo aponta que por ser o “seu dia”, o consumidor espera que as empresas façam mais e ofereçam benefícios diferenciados e mimos. Ele quer ser celebrado como consumidor, e não somente como comprador.
E para ajudar sua marca a atender as expectativas dos consumidores, a pesquisa também mostra quais os benefícios eles esperam para a data em 2020:
Ainda que apareça de forma tímida no calendário do consumidor, o fato é que as buscas pelo Dia do Consumidor no Google cresceram 20% de 2018 para 2019.¹ E em 2020 a distância entre uma data sazonal de peso como a Páscoa e o Dia do Consumidor cava uma oportunidade e deixa o terreno livre para as marcas atrelarem a conscientização dos direitos do seu comprador aos diferenciais dos seus produtos e serviços oferecidos.
Dado importante para o varejo, o faturamento em torno do dia 15 nos últimos anos aparece cada vez mais diluído, o que fortalece o conceito de “Semana do Consumidor”. Sem mencionar que a intenção de compra na data é multicategoria e multicanal, tornando-se um momento ideal para marcas e anunciantes destacarem seu amplo sortimento e trabalharem a omnicanalidade.
E vale lembrar que o brasileiro começou o ano mais otimista, o que tem reflexo direto na intenção de compra. Em janeiro de 2020, 36% dos entrevistados se consideraram bastante otimistas com a economia, e 34% disseram que as finanças pessoais estão muito melhores.
Outro importante termômetro são os produtos com maior intenção de compra: roupas, calçados e smartphones são os itens que as pessoas mais pretendem comprar na temporada.
O contexto é animador: há pessoas dispostas a comprar e há espaço para marcas e varejistas se apropriarem da data. Para isso, é preciso dar dois passos para trás para entender o potencial do dia além do consumo. Resgatar a origem do dia é um grande sinal de respeito que podemos oferecer.
A partir daí, abrem-se os caminhos para a construção de uma estratégia de marketing que crie uma identidade própria para a data além do consumo e que, ao mesmo tempo, reforce o compromisso das marcas com seus clientes. Afinal, aqueles que demonstrarem preocupação e respeito pelo consumidor encontrarão uma ótima maneira de associar vendas com construção de reputação no mercado. E, claro, sem perder de vista quem deve ser o principal protagonista da data: o consumidor. O que sua marca vai fazer no dia dele?
Fonte: Antonella Weyler, Think With Google
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