A indústria do varejo alimentar é tida como a última fronteira do e-commerce no Brasil. Essa colocação demonstra nossa resistência em aderir a opções digitais na compra de alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza. Afinal, quem não gosta de ir ao supermercado e escolher as próprias frutas ou comprar um pão fresquinho? Além da experiência social e da sensação de maior controle da própria jornada de compras, alguns preconceitos arraigados em nosso imaginário solidificam ainda mais a barreira contra o varejo alimentar digital: a entrega vai sair mais cara? Será que vão selecionar produtos de qualidade?
Para além dessas barreiras, a digitalização da jornada de itens de supermercado surgia como tendência, ainda que restrita a uma parcela de compradores — e praticada apenas em algumas ocasiões de compra. A pergunta que fica é se o contexto de pandemia foi capaz de mudar comportamentos, massificando a digitalização das compras de supermercado.
Para debater essa questão e outros impactos da pandemia na jornada de compra e consumo do varejo alimentar, reunimos 3 especialistas para falar sobre soluções para o setor: Fátima Falcão, executiva de negócios para o varejo do Google, Antonella Weyler, especialista de insights para o varejo do Google, e Naira Sato, diretora de pesquisa na Mintel.
Uma das importantes descobertas do estudo conduzido é que, a despeito da preocupação com a segurança, somente 19% dos consumidores fizeram compras de itens de supermercado online. Apesar de sabermos que existem alternativas online, as compras presenciais se mantiveram durante a pandemia, já que, sendo itens essenciais, queremos ter o controle de comprar e levar na hora.
Aqueles que cruzaram a fronteira digital reportam uma experiência bastante positiva. Na ala das críticas: 36% dos consumidores conectados reclamam do tempo de espera, que pode ser diminuído.1 Mesmo com as dificuldades que os varejistas encontraram no início do isolamento com a alta da demanda por pedidos online, há um bom indicativo: mais da metade dos compradores diz querer continuar fazendo compra de supermercado online mesmo no pós-pandemia.
A provocação que queremos trazer para os varejistas é como manter os outros 49% que cruzaram a fronteira do digital, mas que eventualmente, no pós pandemia, pretendem abandonar as compras de supermercado digitais.2
Quando olhamos mais a fundo o comportamento das compras entre os e-shoppers de supermercados, temos algumas pistas. Mesmo entre esses compradores digitalizados, vimos que o principal canal compras continuou sendo as lojas físicas. Isso não significa que essas pessoas ficaram no meio do caminho nessa transição digital, mas que talvez a melhor solução seja o caminho do meio.
Seja online ou offline, as pessoas querem preço, produto, prontidão e proteção. E, para entregar essa proposta de valor, os varejistas devem abandonar a lógica do on versus off e pensar em como oferecer o melhor dos dois mundos para o consumidor: seja importando o cuidado e toque humano da experiência física para o digital, seja aplicando a segurança e a conveniência do digital no mundo físico.
Para entender como o varejo alimentar pode ultrapassar a fronteira do online e também se reinventar diante de uma recessão que virá, Naira Sato, diretora de pesquisa na Mintel, apresentou resultados de pesquisas quantitativas e tendências que estão surgindo nos últimos meses.
Diante da recessão, comportamentos que priorizam uma maior economia impulsionam hábitos como o de cozinhar em casa para 55% das pessoas.3 Além disso, 31% das pessoas afirmam que estão cozinhando mais do zero, ou seja, sem utilizar ingredientes pré-cozidos.4 Isso se reflete em oportunidades para os varejistas ofertarem embalagens maiores e mais econômicas.
Os novos hábitos também implicam uma busca por uma alimentação mais saudável. Mas é interessante notar que, na pandemia, o brasileiro, ao mesmo tempo que se preocupa com sua saúde, também consome produtos indulgentes para lidar com a ansiedade.5 Afinal, para 67% dos brasileiros, comer equilibrado é comer de tudo.6 Uma oportunidade para os varejistas trabalharem sortimento e marcas próprias para tornar o consumo tanto de produtos saudáveis quanto de indulgentes acessível para os brasileiros que estão mais desafiados economicamente.
As pesquisas também mostraram que varejistas ao redor do mundo estão se reinventando e inovando para atender esse consumidor em transformação. Para entender melhor o panorama geral do setor, confira dados, insights, exemplos e novas maneiras de acelerar inovações em mais um conteúdo do Google Academy:
Fonte: Think With Google
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